In Treatment - 1ª Temporada





Se não bastasse o fator originalidade (apesar de ser uma adaptação), In Treatment trás também um pouco mais da faceta humana que tanto estamos acostumados a lidar, mas afinal como resolveríamos isso. Até que ponto a ética deve ser mantida, ou seria simplesmente faça o que eu falo, não faça o que eu faço.

Dentre diversas situações, e muitas das mais inusitadas, é que o consultório de Paul se torna tão interessante, revelador, intenso, dramático, mirabolante, entre diversas outras características.


Monday - Laura

Nada poderia ser melhor para uma premiere de uma serie que trata sobre terapia, do que a cena de Laura aos prantos pegando um lenço, desabafando todas as magoas, e totalmente depressiva. De todo o normalismo até o climax onde ela se revela apaixonada por Paul, foi tudo bem dosado.

Talvez isso não fosse lá grande coisa, mas a serie soube muito bem explorar o assunto, ao entrelaçar Paul de cabeça nesse drama de Laura, mostrando inclusive mais a frente como isso interferiu diretamente um diversos momentos de outras terapias e como isso afetou sua vida pessoal (familiar).

Apesar de nunca ter de fato acreditado na paixão de Laura por Paul, eu até que aceitei bem tudo o que ali foi proposto. Isso porque Paul conseguiu mostrar esse lado humano ao extremo dele, quebrando até mesmo os mais altos códigos morais que ele tinha, e resultando em um momento final broxante, literalmente. Eu achei plausível, mas nem por isso perdi o sentimento de forçado, assim como ele forçou o afastamento de Laura de suas terapias, e para mim a personagem lá se perdeu ali.

No fim Laura foi tida como a paciente que "deu certo". Mas de fato ficou meio chato que ela conseguiu por ela mesma se "curar", mas chato de tudo foi ver que isso aconteceu pelos erros de Paul.

Tuesday - Alex

Esse era um tema forte, mas por certos motivos tivemos altos e baixos, e as vezes eu sentia que a historia, se afastava demais e não mais me chamava atenção. Afinal, nada melhor para um psicólogo do que ter alguém que queria ter sentimentos, mas dizia não os ter, por ter sofrido um certo processo de lavagem cerebral militar. Era claro que Alex tinha sentimentos, alias ele não se dava conta de quão forte eles eram, e que na verdade toda essa lavagem que ele acreditava ter sofrido , aconteceu ainda quando criança, mostrando a face de um pai linha dura, que para proteger o filho o fez ser duro, e não abrir espaço para seus sentimentos. Destaque para a cena que Alex descreve como seu avô morreu, sendo asfixiado por seu pai. Outro momento marcante também foi a presença de seu pai no consultório, e de diversas falas que foram muito bem conduzidas.

Sinceramente certos assuntos que o Alex trazia a tona eram chatos, eu até gostava da obsessão dele por café porque também a tenho, mas esse entre outros casos, como o envolvimento com a Laura não foram tão interessantes.

Por fim depois de ter abertos suas feridas, e de fato ter sentido a dor pelo o que ocorreu, Alex morre deixando um incógnita. Se ele cometeu ou não suicídio. Fato é que o mais provável seja mesmo isso, mas não podemos descartar a hipótese que Alex não aceitava falhas, e nem ao menos ser rebaixado, e para mostrar competência com sua volta, pode sim ter tentado alguma manobra arriscada e falhado.

Wednesday - Sophie


A personagem que eu mais gostava, talvez tenha sido pela evolução, ou tudo o que ocorreu dentro do consultório, mas de fato que a historia simples se tornou intensa, e no fim coube a Paul escolher a melhor forma de trabalhar no caso de uma adolescente rebelde com forte (e conclusiva) tendência suicida. Eu de fato até gelei quando Paul recebe a ligação sobre a morte de Alex, porque eu pensei que seria Sophie, e nem esbocei espanto ao ver a imagem de Alex, mesmo que no episódio de Laura, porque era grande o alivio de saber que não tinha sido a Sophie.

De toda a fragilidade mostrada por Sophie, que era uma menina que levava uma vida adulta, com responsabilidades, casos amorosos, criação conturbada, entre outras coisas que a levaram a ter forte tendência de fazer com que tudo aquilo acabasse, mesmo que tivesse que acabar com a própria vida. De fato eu achei brilhante como Paul soube trabalhar com ela, transformando aquela sala em um lugar seguro, que transparecia confiança . Um lugar longe de toda pressão imposta a ela, onde ela não se encarregaria de se culpar, e sim de aceitar seus sentimentos. Tanto que no fim ele teve a coragem de naquele lugar dizer a seu pai os seus verdadeiros sentimentos, conseguiu se libertar ali de toda aquela Sophie sem sentido, abrangendo uma nova e porque não uma Sophie que sempre existiu, mas que era ofuscada por uma premissa de encarrega-la de toda a culpa sobre os acontecimentos a sua volta.

Eu particularmente acho o caso Sophie o melhor trabalhado por Paul de longe, afinal ele obteve no fim resultados tão positivos, que talvez nem ele imaginasse ir tão longe com ela.


Thursday - Jake & Amy

Uma terapia de casal pode ser muito mais complicada do que se imagina. O tema inicial que os levaram a Paul foi muito interessante. Um paradigma de uma mulher moderna que estava decidida a abortar aquela gravidez para que não interferisse em seu trabalho, enquanto Jake tentava através de Paul convencer a mulher de levar a gravidez até o fim. Serio que se parar para pensar, a jogada de Jake foi a melhor possível, ao forçar uma opinião direta de um psicólogo, seria mais que óbvio que ele seria contra o aborto, mas ele mal poderia esperar uma opinião contraria. Mesmo que naquele momento Paul estavivesse emocionalmente afetado pelo o que aconteceu com ele e Laura, e tentar jogar na cara de Jake o real motivo que os levaram ali, serio que tão opinião foi um tapa na cara, e sem isso talvez as próximas seções não tivessem tanta intensidade.

Se tudo estava bem interessante nessa terapia, por ter um assunto tão polêmico como pano de fundo, isso ainda não seria nada, pois se depois de acertados a ter a criança, o casal passou por diversos momentos naquela sala.Isso porque o consultório na quinta-feira se transformava em um turbilhão de emoções.Do aborto em plena seção, a agressão corporal, na qual eu sinceramente me senti mal, e totalmente desconfortável. Tivemos também Jake se derretendo, o que leva mais adiante a traição de Amy, e por fim um Jake decidido, e uma Amy indecisa. Talvez ela até continuasse sendo decidida como no inicio, mas sem duvida, não tinha a mesma postura de quando entrou lá pela primeira vez. E se tinha algo a mais que poderia incorporar todo o caso deles, acho que foi a própria confissão de Paul, ao dizer que não tinha certeza se conseguiria tratar Amy. E essa que sem duvida era ali a personagem com mais dificuldades emocionais visíveis, e de uma temperamento e personalidade totalmente inconstante.

Friday - Paul & Gina

Sinceramente não gosto de citar esses episódios como Paul e Gina, e sim como o episódio de Gina, mas que para mim deveria ser citado no titulo somente Paul, pois ele é o paciente.

Gina é uma personagem sensacional, e como Paul também é, não poderia deixar a desejar juntar os dois sempre em episódios que uma hora são tranquilos, e em outros são confusos e demasiadamente perdidos, mas nem por isso não perdem o rumo, isso talvez seja pela personagem de Gina sempre firme e mantendo Paul na linha.

É muito valido ver Paul, tentando analisar Gina ao mesmo tempo que ele analisa ele, tentando desesperadamente mostrar para Gina que ele sabe o que ela esta pensando, quando na verdade ele quer mesmo trazer assunto em questão a tona. A maneira que Gina lidar com todas as agressões verbais feitas por Paul, ao momento que ela decide encerrar tudo aquilo, foi divinamente bem trabalhado.

A terapia de casal entre Paul e Kate, eu até gostei, mas não conseguia nem por um momento engolir os momentos que Kate se fazia de vítima na história, nem ao menos quando Paul julgava ela pela maneira que lidou com os filhos como no caso das drogas, sendo que ele era visivelmente um tanto ausente quando se tratava de conversar com os filhos, para talvez evita-los analisar como psicólogo.

Além do mais já parecia falido aquele casamento que era mesmo de aparências, e abrir as feridas talvez só os ajudasse a ter uma separação digna.

O penúltimo episódio em particular de Paul e Gina, foram intensos, dramáticos, e brilhantes. Mesmo depois do ocorrido ali, foi muito bom ver Paul de volta para encerrar toda essa temporada naquela sala.

Eu já estou ansioso para começar a assistir a segunda temporada dessa serie que é brilhante.



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