Oscar 2009 - Indicados a Melhor Filme


"Quem estará no topo da premiação?"


Nunca fui fã do Oscar, mas tenho que admitir o impacto que isso pode causar. Geralmente o Oscar vem estampado como selo de qualidade em qualquer filme. Por já ter trabalhado em uma locadora sei muito bem como isso pode funcionar para certos públicos.

O Oscar 2009 não terá exibição ao vivo na TV aberta brasileira, decorrente ao desfiles das escolas que ocorrerá no mesmo dia. A 81º edição do Oscar será exibida no dia 22 de Fevereiro ao vivo pelo canal pago TNT. Abaixo irei comentar rapidamente sobre os indicados a principal categoria da noite, a de melhor filme do ano.


Slumdog Millionarie (Quem Quer Ser Milionário?)

Esse foi o único indicado que me agradou desde o inicio. A trilha o ritmo do filme tudo estava em harmonia. Sem duvida tudo isso que me leva a te-lo como favorito. É interessante assistir um filme que mostra tanta coisa de maneira tão surpreendente. As cenas de Jamal na infância iam do cômico ao dramático em questão de segundos. Você saber o que Jamal passou durante toda a vida e ter um trabalho e uma vida digna se torna chacota no inicio do programa.

O filme mostra como pode ser difícil para uma criança apagar memorias que à marcaram. Ao mesmo tempo que mostra a realidade de Salim, um menino que teve que carregar nas costas a responsabilidade de criar o seu irmão. Tudo funciona ali, a cena em que o Arvind é cegado ao encontro dele com Jamal, nas cenas de encontros e desencontros entre Jamal e Latika. Como é dito no final, está escrito. Com uma trilha legal, com direito a coreografia indiana trash que eu adorei no final,e como já disse eu tenho esse filme como meu favorito.

Desde o começo do filme eu relacionei demais ele com Cidade de Deus. Tanto a direção, a edição, a fotografia, o fator cronológico, e outras coisas e isso me deixou chateado ao perceber que ao contrario de Cidade de Deus que não teve tanto destaque e favoritismo, Slumdog Millionarie chega com 11 indicações, perdendo apenas para o Curioso Caso de Benjamin Button com 13.Danny Boyle fez um excelente trabalho e espero que isso seja reconhecido.


O Curioso Caso de Benjamin Button

Quase nada no inicio desse filme foi bom ao meu ver, e em todas as cenas no hospital também. Um pouco da melancolia sentida por Benjamin que se transformou em conforto ao estar no único local no qual a sua aparência seria facilmente aceita, foi o que fez valer os primeiros momentos.
Sinceramente, mesmo sabendo a idade de Benjamin, era impossível se sentir confortável ao vê-lo de baixo da mesa com Daisy por exemplo, e ao mesmo tempo se sentir moralmente culpado.

O filme para mim começou a partir do momento que Benjamin deu seus primeiros passos, em um clima de total sarcasmo, a historia já começou a melhorar, e para mim sem duvidas os melhores momentos foi o que trouxe Benjamin e a tripulação do Chelsea. Afinal ele buscando ser alguém e conseguindo de certa forma o reconhecimento é algo muito mais interessante que ele só ter ficado com a Daisy depois de sua aparência de "galã de hollywood". Apesar de um pouco alongado o caso de Benjamin com Elizabeth eu achei super interessante. Pelo menos quebrou aquela coisa de ele ter gostado ou apaixonado somente por uma mulher em sua vida.

Tirando todo o pastelão de Caroline lendo sua historia sem saber para sua mãe no leito de morte, eu gostei mesmo da evolução do filme e a moral que ele passa no fim de tudo. Afinal na vida nascemos frágeis e aprendemos a andar, falar, entre outras coisas, fazemos amizades, saímos em busca de trabalho que muitas vezes resulta no afastamento familiar, casamos, temos filhos, até que um dia começamos a regredir, na aparência, na vitalidade, os filhos ou cônjuge tomam conta de nós, não conseguimos andar, perdemos nossas faculdades mentais e morremos como se fossemos dormir. Isso tudo óbvio levando ao extremo, como é feito no filme de maneira contraria.

Gostei de alguns pontos levantados nesse filme, mas não gostei dele por um todo. Demasiadamente longo, mas com bons momentos e boas narrações que seriam melhores sem a narradora em outrora no hospital. Narrações essas que foram bem presentes nos outros indicados a melhor filme também.

Frost/Nixon

De todos indicados sem duvidas o mais chato de se assistir, afinal somente depois do telefonema do Nixon que as coisas ficaram realmente interessantes. E para mim estava claro que a citação de Jim sobre a investigação na biblioteca seria a chance de pegar o Nixon. No fim aquilo ali era uma entrevista e o que poderia acontecer com ele depois dele ter recebido o perdão pelo seus crimes... nada. No final James Reston disse que o Frost conseguiu fazer algo que ninguém jamais tinha conseguido ao mostrar o Nixon com uma imagem derrotada. Não seria por menos, afinal para mim o melhor momento foi mesmo quando o Frost pergunta:
-Você está realmente dizendo que em certas situações, o presidente pode decidir se é do maior interesse da nação,e então fazer algo ilegal ?
E o Nixon responde:
-Quero dizer que se o presidente faz, significa que não é ilegal.
Nesse momento se percebe claramente o poder que a renuncia trouxe, para uma pessoa que se achava acima da lei, porque querendo ou não ele teve o perdão mas como disse teve que partilhar sozinho sua opinião, pois não só as pessoas a sua volta o apunhalaram como o povo americano.

Talvez o ar americanizado demais do filme tenha deixado passar despercebido aos telespectadores que aquilo ali é a pura realidade em que vivemos. Os discursos políticos que nos iludem , a forma que a mídia age para formar opiniões, o poder politico e financeiro nesse caso. O melhor é o ar de total injustiça, ao ver o Nixon no final em sua mansão, enquanto por muito menos pessoas passam anos na cadeia. Bom se eu continuasse na ideia da frase anterior seria balela.

The Reader

Eu tive uma verdadeira decepção amorosa com esse filme, porque no mesmo momento que eu amava eu odiava-o. Achei um verdadeiro desperdício um filme com um pano de fundo tão bom ter sido tão mal explorado como foi. O que começou com uma narrativa explorando o tema de ética e comportamento social que mais a frente foi divinamente explorado na melhor cena do filme em minha opinião, quando no seminário o professor explica como a lei comanda a sociedade em que vivemos. Depois essa narrativa traz panos de fundo o holocausto que ultimamente é a febre hollywoodiana. Com o que poderia ser até mesmo interessante, o fato de Hanna ter tomado para si o fardo de tudo que lá aconteceu e apontando outra coisa outro ponto alto do filme quando ela é forçada a escrever, e que em uma cena marcante no filme leva nós telespectadores a questionar a decisão de Michael em ficar calado. Mas imaginem se ele se revelasse ali ou mesmo viesse a interferir no caso poderia ter complicado ainda mais a situação de Hanna.

Se alguém acha interessante Michael enviar as fitas para ela na prisão e depois disso ela aprender a ler eu não. Faltou emoção, pois o teor de conversas e falas no final do filme eram vagas, a decisão de Hanna com uma carta que nada dizia foi um tanto chata. Eu odiei todas as cenas póstumas de Hanna.O Michael quebrando o silêncio no fim não teve o menor propósito no que foi apresentado ali.


Milk

Eu não entendia o porque de tudo aquilo no começo do filme. Eu tive problemas em saber o que aquilo ali levaria até a primeira revolta. Clive Davis é um nome conhecido, então eu já tinha percebido que ele teria um grande destaque ali. Estou dizendo isso porque eu assisti o filme sem nem ao menos ter visto o trailer.

No geral fez valer a mensagem, a batalha contra a Anita e toda a o acompanhamento foi muito bom, melhor mesmo para mim foi o debate entre Harvey e Briggs, afinal a ignorância/hipocrisia muitas vezes é maior que o preconceito. A Proposição 6 é algo que realmente assusta e nos faz pensar como existe e existiu tanta idiotice a respeito do assunto sexualidade.

Sean Penn foi sensacional em seu papel. Se ele ganhar o Oscar de melhor ator com certeza será muito valido, mas ainda torço para o Frank Langella.

Vou estar atento aos resultados mas definitivamente não irei assistir a premiação (pelo menos não na integra). Ano passado fiz o mesmo e não arrependi.

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